Pela primeira vez a Igreja de Milão organiza um curso de introdução à vida e à pastoral na Igreja Ambrosiana, dedicado à Vida consagrada, com especial atenção para aqueles que vêm do exterior.
O curso se encaixa em uma reflexão mais ampla da Igreja Ambrosiana realizada através do Sínodo menor sobre a “Igreja dos Povos”, concluído em novembro de 2018, cujo objetivo era traçar as diretrizes pastorais para valorizar a presença de fiéis de diferentes culturas e nações na Diocese. Uma reflexão que leva a uma nova abertura missionária na igreja Ambrosiana, não mais pensada exclusivamente como envio missionário ad extra, mas como atenção às periferias da diocese no sentido amplo, como aquela da diversidade cultural, religiosa e social. A Diocese de Milão, portanto, se reconhece como “Terra de missão”.
Numa parceria entre os Vigários Episcopais para a vida consagrada em colaboração com a União dos Superiores Maiores da Itália de Milão e com o Centro de Estudos de Espiritualidade da Faculdade teológica da Itália do Norte, o curso contou com mais de 80 participantes, em sua maioria religiosas.
Através de palestras e oficinas quiseram saber mais sobre o rito, a espiritualidade e o Caminho da Igreja Ambrosiana, para inserir-se mais nas Comunidades e nas atividades pastorais que lhes foram confiadas. A Vida consagrada na Diocese de Milão conta com uma crescente presença de irmãos e irmãs de outras culturas que estão se inserindo na diocese, na catequese, nas escolas, nos hospitais e em outras entidades.
“Esta é uma incrível oportunidade de testemunhar a Igreja dos povos”, diz Monsenhor Paolo Martinelli, um dos criadores do curso. Sua presença não é apenas de suplência por falta de vocações na Itália; essas pessoas são portadoras de uma contribuição espiritual e pastoral próprias. Além disso, consagrados e consagradas de outros países constituem também uma grande oportunidade para ajudar os imigrantes em uma plena integração na nossa sociedade. Todavia não se pode esconder que o impacto com a sociedade da Lombardia não deixa indiferentes aqueles que provêm de culturas muito diferentes. É necessário oferecer uma ajuda adequada para os consagrados e consagradas vindo da América, da África ou da Ásia, para que eles se insiram na nossa sociedade “.
Também a Ir. Parboti Marandi, Missionária da Imaculada, originaria do Bangladesh e residente na nova Comunidade MdI de Pioltello, está participando deste curso: eis o seu ponto de vista!
Os participantes deste curso são de diferentes partes do mundo e os conteúdos propostos são pensados para ajudá-los a inserirem-se na Igreja Ambrosiana e para facilitar o trabalho no campo pastoral. O curso é dividido em duas partes: na primeira parte do curso procura-se fazer conhecer a riqueza da Igreja particular, ou seja, a liturgia Ambrosiana, sua história e suas características. A segunda parte aborda o tema da vida consagrada.
Para todos os participantes, que vêm de diferentes origens culturais e religiosas, é importante e necessário ajudá-los a inserir-se na realidade pastoral e na sociedade milanesa. Um curso muito útil para viver plenamente minha consagração a Deus como irmã missionária: nós estamos aprofundando os processos de secularização e a pós-modernidade, que marcam a sociedade milanesa. Sinto-me valorizada em minhas riquezas culturais, enquanto a Igreja Ambrosiana reconhece como tantas pessoas consagradas estão contribuindo, com suas diferentes culturas, ao nosso ser “Igreja das Nações”.
Através desta experiência descubro sempre mais como são verdadeiras as palavras escritas pelo Arcebispo na sua recente Carta pastoral: “O encontro, a escuta, a partilha permitem de valorizar as diferenças, o específico de cada um e fazem reconhecer os dons recebidos da tradição de cada um. A confluência de pessoas de todos os lugares da terra na única Igreja Católica ajuda a ler melhor o Evangelho”.
ir. Antonia Dal Mas e ir. Parboti Marandi, Italia